...estavam ali durante horas, sentados, quietos, apenas o som do ferro enferrujado rangendo enquanto iam para frente e para trás. Coração batendo forte, parecia que ia atravessar a caixa torácica, engoliam em seco cada minuto em silêncio...certamente tinham muito o que falar.
- Te chamei aqui, hoje, pra poder conversar com você, tirar uma conclusão de tudo, colocar uma definição nessa história toda.
- e o que você quer escutar de mim?
- não quero escutar você, quero que você me escute.
- estou ouvindo...
- A partir do dia em que eu te conheci eu soube que você tinha entrado na minha vida e não foi atoa, você chegou na hora certa, como se algué, alguma entidade divina tivesse te mandado até mim, e eu me agarrei com todas as minhas forças, com toda a minha fé e eu acredito que esse foi o meu erro, eu não deveria ter tanta fé em você...em nós.
- não tenho culpa nisso
- Não..não tem, eu sei que minhas expectativas fizeram de você uma pessoa perfeita ao meu ver, e acabei me frustrando com suas atitudes e sei que não foi intenção sua me magoar, assim como não foi intenção minha ficar tão dependente de você, aconteceu e você não pode me julgar e nem ter esse tipo de atitude comigo. Eu fiz muita besteira, assumo que foi na intenção de magoar você, da mesma forma como você havia me magoado, mas foi descontrole, impulso, espasmo...sempre me arrependi depois.
- eu adimirava de mais você e você pisou na bola
- foi involuntário
- estou muito magoado com você
- eu sei...mas tente entender que não temos culpa nisso, eu quero tanto voltar e ter você do meu lado, a vim aqui todas as noites...eu escolhi essa praça pra nossa conversa e não foi atoa...passamos ótimos momentos aqui lembra?
- lembro, dos banhos de chuva, as brincadeiras com as pombas, esconde-esconde...
- então...é disso que sinto falta, eu quero essa vida de volta, você é minha vida. Volta..cuida de mim...?
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